segunda-feira, 7 de julho de 2014

Entrevista: Band of Skulls

*Matéria originalmente publicada no site Scream & Yell.


“Porque para onde estamos indo é uma incógnita”. O refrão do single “Asleep At The Wheel” define em parte o sentimento durante o processo de criação de “Himalayan”, o terceiro disco de estúdio da Band of Skulls, lançado em março deste ano. Ensaiado exaustivamente e depois aprimorado com a produção de Nick Launay (que já trabalhou com Arcade Fire, Yeah Yeah Yeahs, Gang of Four e Talking Heads), o repertório do grupo embarcou em uma viagem por técnicas de gravação e novos arranjos em busca de uma evolução. “Trabalhando com Nick, as músicas podem mudar totalmente. Era fascinante ver como elas poderiam evoluir”, conta o vocalista e guitarrista Russel Marsden em entrevista por telefone ao Scream & Yell.

Formado por Marsden, Emma Richardson (baixo, vocais) e Matt Hayward (bateria), o trio de Southampton (Inglaterra) está na ativa desde 2004. Russel e Matt são amigos desde a infância e passaram por algumas bandas até conhecerem Emma na Winchester School of Art. Com o nome Fleeing New York, o trio lançou “AOK”, EP que teve algum sucesso na cena indie do Reino Unido. Mas à medida que a banda amadurecia musicalmente e a influência de blues e garage rock ficava mais evidente, os três amigos sentiram a necessidade de mudar de nome para Band of Skulls em novembro de 2008.

E a mudança de nome pareceu dar sorte: em março do ano seguinte, o iTunes escolheu a faixa “I Know What I Am” como o single da semana. O chamariz do single precedeu o elogiado disco de estreia “Baby Darling Doll Face Honey”, lançado em abril de 2009 pelo selo Shangri-La e produzido por Ian Davenport (Supergrass e Badly Drawn Boy). No mesmo ano a banda teve a música “Friends” incluída na trilha do filme “Lua Nova”, da Saga “Crepúsculo”.

Após passar o resto de 2009 e 2010 em turnê pela Europa e Estados Unidos, abrindo shows de Black Rebel Motorcycle Club, Dead Weather e Muse, a banda voltou ao estúdio para trabalhar no segundo disco. “Sweet Sour” veio em fevereiro de 2012 e a popularidade do grupo cresceu ainda mais – principalmente por conta da participação em festivais e trilhas de séries como “True Blood” e “Gossip Girl”, além de jogos como “Guitar Hero”, “Rock Band”, “Fifa World Cup 2010” e “Gran Turismo 5”.

Seguindo como banda de abertura de nomes consagrados como Red Hot Chili Peppers, Queens of the Stone Age, Soundgarden e Black Keys, a Band of Skulls se especializou em fazer shows considerados pesados para uma banda com apenas três pessoas. O desafio em “Himalayan” era conseguir recriar esse tipo de som em disco, e o processo ajudou a desenvolver a própria identidade da banda, como explica Marsden abaixo.



Como está indo a turnê até agora?
A turnê tem sido incrível. É muito legal voltar a tocar para a América, onde começamos a fazer turnês de verdade e o nosso novo álbum de certa forma foi concebido para ser tocado ao vivo. E agora que temos três discos, nossos shows são os melhores que já fizemos. É emocionante poder tocar todos os dias, então estamos realmente gostando.

Em “Himalayan”, as canções parecem mais pesadas em comparação aos discos anteriores, mas no novo trabalho também aparecem momentos mais viajantes, como em “Cold Sweat” e “Get Yourself Together”. No que este álbum é diferente dos anteriores?
Acho que agora temos muito mais confiança e isso torna as coisas mais fáceis para nós. Você passa a conhecer o seu próprio som e a se arriscar para fazer algo diferente. E é isso que estamos tentando fazer: não há sentido em se repetir, então experimentamos alguns sons diferentes, várias outras formas de gravação e as músicas foram muito além do que esperávamos, com várias mudanças nos arranjos ao longo das finalizações. Gravar um disco e fazer um show são duas coisas muito diferentes: as músicas já estão evoluindo para novas versões à medida que começamos a tocá-las ao vivo, e acho que isso é um bom sinal.

Como vocês começaram a escrever as músicas? Existe algum tipo de processo padrão na hora de compor?

Tivemos que mudar a maneira que nós fazemos nossos álbuns. Desta vez a ideia era ficar em Londres e não recluso em um lugar qualquer. Basicamente, passamos a trabalhar no disco todos os dias e, em seguida, tudo seria ouvido novamente em casa, com outra percepção. E nós continuamos a fazer isso por todo o processo de gravação do álbum e algum tempo após as sessões também. Tudo foi feito em Londres: composição, ensaios e gravações e acho que a cidade acabou sendo um elemento extra ao disco. É uma cidade grande e lá há uma energia que não encontraríamos se fôssemos gravar isolados em um estúdio no interior, como fizemos anteriormente. Então acho que isso é o que mudou neste disco. Posso ouvir a mudança na forma que trabalhamos neste disco. E essa foi a grande mudança. Além, claro, de contarmos com um novo produtor: trabalhamos com Nick Launay neste álbum. Então ele trouxe suas contribuições também.

Existe algum conceito por trás da arte da capa de “Himalayan”?
Para este disco nós trabalhamos com um especialista em arte digital de Nova York. Ele usou as ondas sonoras da música “Himalayan” para criar uma imagem 3D a partir das frequências. Ficou de uma forma que a capa deve representar a música visualmente, como se fosse “em carne e osso”.


E o que Nick Launay trouxe para sua música?
É fácil ver agora; naquele momento, era como ter mais alguém na banda, aquele momento excitante. No segundo álbum, “Sweet Sour”, Nick chegou a mixar as faixas. Mas desta vez, ele veio a Londres e trouxe algumas grandes ideias e ajudou a nos sentir mais confortáveis com nós mesmos. Ele sempre fala sobre sensações e não sobre técnicas musicais; ele fala como a música deve ser sentida. Ele vem com algumas ideias e nos desafia a nos colocar em lugares diferentes. Nick trabalha muito rapidamente, então não é possível parar para analisar as coisas, apenas registrá-las. Ele capturou aqueles momentos e foi ótimo. Ele é um grande personagem e ele trouxe a sua personalidade para o álbum. Acho que o que ele nos deu foi confiança, e foi ótimo trabalhar com ele.

Quanto tempo vocês levaram para terminar o disco?
Não foi muito tempo, na verdade. Provavelmente alguns meses. Passamos mais tempo compondo e trabalhando nas músicas do que gravando. Nós realmente trabalhamos duro nesta parte. E nós evoluímos muitas destas músicas fora dos ensaios. Trabalhando com Nick, elas podem mudar totalmente de novo. Era fascinante ver como elas poderiam evoluir. Mas, para nós, quanto mais rapidamente você gravar, melhor. Porque tudo se trata da captura de um momento. Sempre se gasta muito tempo para fazer um disco e é muito estressante, mas no final estamos muito aliviados quando terminamos. Todo o tempo gasto vale a pena.

O que demanda mais tempo para a banda: escrever as letras e as canções ou gravar as partes de cada um?
Nunca temos nada totalmente pronto e nunca é possível ter certeza de que foi tudo concluído, por isso há sempre um refrão e uma letra faltando, e eu acho que isso que dá excitação ao processo. Algumas das letras finais foram escritas quando toda a faixa já estava sendo gravada. Acontece algo natural nestes momentos, porque você está sob pressão e tem que terminar a canção. Algumas vezes, não ter muito tempo disponível te dá aquela inspiração para letras e é a mesma coisa para as partes instrumentais, quando você tem que fazer um solo ou outra parte na canção: basta fazê-lo e não pensar muito sobre isso. Apenas pressione “rec” e veja o que acontece.



Algumas canções da banda tem um sentido obscuro, mas também é possível enxergar um pouco de humor em títulos como “I Feel like ten men, nine dead and one dying” e “you aren’t pretty but you got it going on”. É uma dualidade interessante.
Obrigado (risos)! “I Feel like ten men, nine dead and one dying” é uma frase que meu bisavô costumava dizer quando estava mal-humorado. Para nós, a música não é apenas uma coisa só, deveria cobrir todos os aspectos. Escrevo letras que poderiam se passar naquele “lugar escuro”, mas proceder sempre assim pode ser chato e melancólico demais. Gosto quando há algo mais profundo, para fazer com que as pessoas pensem ou até mesmo deem risada. É disso que a música se trata. Se é um título diferente e faz com que a canção seja original de alguma forma, ficamos felizes com isso.

A Band of Skulls no início se chamava Fleeing New York. O que fez vocês mudarem e de onde surgiu o novo nome?
Foi um momento de transição; nós queríamos mudar e ainda não tínhamos um nome. Nós começamos a escrever canções que se tornariam o primeiro disco da Band of Skulls e naquele tempo tocávamos em uma noite de um clube em Londres, na qual dividíamos com outras bandas e DJs. Do lado de fora do local, havia uma imagem inspirada na caveira de Hamlet. Nós gostamos da imagem do crânio e decidimos incorporá-la no novo nome. Band of Skulls parecia ser um título adequado e assim ficou, com um sentido totalmente novo, fazendo a música que queríamos fazer. Pode ser um nome simples, mas este nos pareceu mais natural e livre para seguir com a nossa nova proposta de som.

Vocês já apareceram em trilhas sonoras de filmes e jogos. Esse é um tipo de publicidade que vocês buscaram ou foi algo que aconteceu por meio de acordos da gravadora?
Antes de tudo, nós ainda somos basicamente uma banda independente. Nós nunca assinamos com uma grande gravadora. Temos um acordo no qual somos parceiros de companhias para licenciar nossos discos. Essa é a situação: temos total controle criativo, mas ainda temos de trabalhar de forma independente para fazer com que nossa música atinja as pessoas, então tentamos ao máximo divulgá-la. Estamos sempre à procura de outras maneiras de alcançar as pessoas, como tocar em programas de TV, participar de trilhas de filmes ou qualquer outra coisa. Se o rádio e outros meios de comunicação tornam-se mais difíceis de atingir, eu acho que a música precisa encontrar novos lugares para ser ouvida. É isso que faz com que seja viável manter uma banda: chegar até novas pessoas. E somos muito abertos em relação a isso.

Quais são os planos futuros? Alguma previsão de visitar o Brasil em um futuro próximo?
Vamos fazer uma turnê por três meses para promover o novo álbum. Vamos terminar a turnê americana e temos alguns festivais de verão na Inglaterra, como o Glastonbury e depois um show no Brixton Academy. Sairemos em turnê novamente no outono e devemos fazer mais alguns shows perto do ano-novo. Ao mesmo tempo, temos que nos planejar para trabalhar nas músicas que devem fazer parte do próximo disco. Já temos algumas novas, porque há sempre alguma ideia que não tivemos tempo de finalizar para colocar no álbum e acabamos trabalhando nelas depois. Então há bastante coisa a ser vista. Mas acho que seria um bom momento para voltar à América do Sul, pois agora temos três álbuns e seria ótimo tocar em alguns shows por aí. Viajamos para a América do Sul pela primeira vez no final do ano passado e tocamos na Argentina, mas o Brasil é uma possibilidade que nós definitivamente também gostaríamos de realizar. Faz parte da nossa wishlist por um longo tempo e agora nós sentimos que é mais possível do que antes. Mas como somos uma banda independente, não é só chegar e fazer, temos que planejar. Espero que possa acontecer logo, então meus dedos estão cruzados para isso!







segunda-feira, 31 de março de 2014

LOLLAPALOOZA PERFIL - New Order

*Matéria originalmente publicada no Yahoo! OMG.


Um dos grupos mais importantes do pop inglês, o New Order volta ao Brasil pela quarta vez para fechar com chave de ouro o Lollapalooza Brasil 2014. Com uma sonoridade própria, misturando rock com música eletrônica e ritmos que se popularizaram na dance music, o grupo produziu vários hits dos anos 1980, como "Blue Monday", "The Perfect Kiss" e "Bizarre Love Triangle".

Formado em Manchester (Inglaterra), o New Order nasceu das cinzas de outra banda bastante influente: a Joy Division , cuja carreira foi interrompida com o suicídio do vocalista Ian Curtis, em maio de 1980. Os membros remanescentes - Bernard Sumner (guitarra e voz), Peter Hook (baixo e voz) e Stephen Morris (bateria) - decidiram continuar a tocar juntos e após algumas apresentações ao vivo como trio, Gillian Gilbert foi integrada à trupe para tocar teclados e guitarra. Com esta formação, o grupo mudou seu nome para New Order.

O primeiro single lançado pela banda continha duas músicas escritas ainda na frase do Joy Division: "Ceremony" e "In a Lonely Place". Em setembro de 1981, a Factory Records, gravadora independente que abrigou o Joy Division, lançou um compacto intitulado Procession, que antecedeu Movement - o primeiro álbum do New Order, lançado em novembro daquele ano, trazendo as mesmas referências sonoras e a atmosfera melancólica da Joy Division.

A partir do segundo álbum, Power, Corruption and Lies (1983), o New Order começou a se distanciar da sombra de Ian Curtis e criar músicas mais dançantes, tendo Kraftwerk, Afrika Bambaata, disco music e o produtor italiano Giorgio Moroder como influências. No mesmo ano, a banda lançou o single "Blue Monday", que vendeu mais de três milhões de cópias em todo o mundo e é considerada por muitos seguidores de música pop como a canção mais importante da cena eletrônica dos anos 1980.

Os sucessos "Thieves Like Us" e "Murder" mantiveram a banda nas paradas no ano seguinte. Apoiado pelo single "The Perfect Kiss", veio Low-life, de 1985, e Brotherhood, de 1986, trazendo o clássico "Bizarre Love Triangle". No ano seguinte foi a vez de Substance, uma coletânea de singles e remixes, que fez a banda estourar nas paradas dos Estados Unidos. Em 1988, o grupo fez sua primeira passagem pelo Brasil.



Com forte influência da acid house, o disco Technique, de 1989, trouxe os hits "Fine Time" e "Round and Round". Ainda, em 1989, Bernard Sumner formou o projeto paralelo Electronic em parceria com o ex-guitarrista dos Smiths, Johnny Marr. E Peter Hook também formou o seu projeto, o Revenge. Após estes projetos paralelos, o New Order entrou em um breve hiato, que só foi terminar em 1993, com o disco Republic, puxado pela faixa "Regret" como principal single.

A banda entrou novamente em uma pausa, lançando um novo álbum de estúdio somente em 2001. Get Ready traz a música do grupo apontando em uma direção diferente, mais orientada pelo guitarra e fugindo um pouco do estilo eletrônico. Nessa época, Gillian Gilbert saiu da banda para se dedicar à sua filha com o baterista Stephen Morris, e em seu lugar entrou Phil Cunningham.

Em 2007, dois anos após o lançamento de Waiting For The Sirens' Call (que também contou com uma turnê que passou pelo Brasil em 2006), Peter Hook anunciou sua saída da banda e o suposto fim do New Order. Porém, Bernard Sumner e Stephen Morris negaram o fim do grupo com a saída de Hook. Somente no segundo semestre de 2011, o New Order retornou para realizar alguns shows, marcando o retorno da tecladista Gillian Gilbert à banda e a inclusão do baixista Tom Chapman, no lugar de Peter Hook. Esta formação retornou o Brasil no mesmo ano, para um show no Ultra Music Festival.

Depois de um período de oito anos sem faixas inéditas, o New Order lançou no início de 2013 Lost Sirens, um álbum composto por faixas que foram gravadas durante as sessões de Waiting for the Sirens' Call.


New Order
Quando eles tocam? No domingo, dia 6 de Abril, às 20h30.
Onde? No Autódromo de Interlagos, em São Paulo (veja mapa aqui)
Quanto custa o ingresso? R$540 para os dois dias, R$290 para um dia, R$ 690 para o Lolla Lounge VIP.
Tem estacionamento? Sim - R$50.
Como chegar de transporte público? O passageiro poderá fazer integração com a Linha Amarela do Metrô (Estação Pinheiros) para a Linha 9 (Esmeralda) da CPTM para descer na Estação Autódromo (a mais próxima do festival). Depois, o passageiro deve sair da estação Autódromo, na Rua Plínio Schmidt, seguir pela esquerda até a Rua Justino Nigro, subir a via até o fim, e estará no portão K9. Para os demais portões, os pedestres deverão seguir à esquerda pela Avenida Jacinto Júlio.

LOLLAPALOOZA PERFIL - Pixies

*Matéria originalmente publicada no Yahoo! OMG.


Mesclando punk rock, surf music, noise e melodias pop, o Pixies foi uma das bandas mais originais que apareceram nos anos 80. Constantemente mencionada como influência ou admiração por nomes como David Bowie, Radiohead, U2, Strokes e Weezer, a fórmula de versos calmos e refrãos explosivos da banda serviu de base para que o Nirvana pudesse compor "Smells Like Teen Spirit", uma das canções mais marcantes dos anos 90. Com essas referências emblemáticas e repertório que justifica todas as reverências, o Pixies sobre ao palco Skol no segundo dia do festival Lollapalooza.

A banda foi formada em Boston, Massachusetts, no começo de 1986, por Black Francis nos vocais e guitarra base, e seu companheiro de quarto na universidade Joey Santiago na guitarra solo. Por meio de um anúncio nos classificados de um jornal local, encontraram a baixista Kim Deal, que também recrutou o baterista David Lovering. Diz a lenda que o nome Pixies ("duendes") foi tirado aleatoriamente do dicionário por Joey.

Em março de 1987, a banda gravou uma fita demo com 17 músicas em apenas três dias. O material chegou ao alcance de Ivo Watts, um dos donos do selo inglês 4AD Records. Impressionado com as canções, Watts contrata os Pixies e lança um EP chamado Come On Pilgrim, que possui oito das 17 faixas da demo original.

No ano seguinte, a banda entrou em estúdio para a gravação do seu primeiro LP, ao lado do produtor Steve Albini. Surfer Rosa é lançado na primavera de 1988, incluindo clássicos como "Bone Machine", "Gigantic" e "Where Is My Mind?" (que anos mais tarde seria utilizada na trilha sonora do filme 'Clube da Luta'). Com a boa recepção da crítica, o grupo passa a ficar mais conhecido no circuito alternativo americano e acaba trocando de selo, indo para a Elektra Records.



No final de 1988, a banda voltou ao estúdio, desta vez com o produtor inglês Gil Norton. O disco Doolittle foi lançado na primavera de 1989, e é constantemente apontado por muitos como o melhor trabalho da banda. Puxado por faixas como "Debaser", "Hey", "Monkey Gone to Heaven" e "Here Comes Your Man", o disco fez bastante sucesso e acabou entrando no Top 10 inglês.

Após o lançamento de Doolittle, Black Francis e Kim Deal começam a ter seus primeiros desentendimentos e a banda resolve fazer uma pequena pausa. Com o hiato, seus integrantes levam adiante alguns projetos paralelos: Kim Deal, ao lado de Tanya Donnevy (Throwing Muses), Josephine Wiggs (Perfect Disaster) e a irmã Kelley Deal forma o Breeders e lança o álbum Pod, enquanto Black Francis realiza uma pequena turnê solo.

Ainda em 1990, a banda volta a se reunir para a gravação de mais um disco. Bossanova é lançado no final de 1990, com "Dig For Fire" e "Velouria" entre os destaques. Mas os atritos - cada vez mais frequentes - entre Deal e Francis fazem com que a participação nos vocais da baixista fosse bastante reduzida. Em consequência, Deal chega a dizer publicamente que a banda estava no fim.

Apesar dos boatos de seu término, o Pixies se junta mais uma vez, para a gravação do disco Trompe Le Monde. Lançado em 1991, o álbum traz pérolas como "Planet of Sound", "Alec Eiffel" e "U-Mass", além de uma versão para "Head On", do Jesus & Mary Chain. Depois de abrir os shows do U2 na turnê ZooTV, a banda resolve dar uma nova parada. Deal aproveita para gravar um novo EP com o Breeders. Nesse período, Black Francis troca seu nome para Frank Black e lança seu primeiro disco solo, declarando o fim dos Pixies em uma entrevista à BBC em 1993.

Mesmo com o fim do grupo, o Pixies foi formando uma base de fãs cada vez maior - em grande parte por conta dos vários elogios recebidos por artistas como Kurt Cobain, Thom Yorke, Bono Vox e outros, além dos lançamentos póstumos como as coletâneas Death to the Pixies, The Pixies at the BBC e Complete B-Sides.

Após muita atenção tardia em torno da banda e constante especulação sobre uma reunião, o Pixies finalmente anuncia seu retorno para uma turnê mundial em 2004. Finalmente gozando do reconhecimento como uma das grandes bandas do rock mundial, o grupo marcou presença nos principais festivais estrangeiros, inclusive passando pelo Brasil, para um único show em Curitiba, em maio do mesmo ano. Ainda em 2004, o quarteto lança a música "Bam Thwok", a primeira gravação da banda em treze anos. A faixa aumenta os rumores de um novo álbum com canções inéditas, mas tais expectativas não são cumpridas.

Após um longo período fazendo turnês esporádicas somente com o material antigo - incluindo mais uma passagem pelo Brasil, durante o festival SWU em 2010 -, o Pixies anuncia a saída de Kim Deal em junho de 2013. Apenas duas semanas depois da partida de Deal, a banda lança o single de "Bagboy" e informa que Kim Shattuck (ex-The Muffs e The Pandoras) seria a substituta nas quatro cordas do grupo. Enquanto a banda estava em turnê, foi lançado um EP com o simplório título EP1. Com o fim da tour europeia, Shattuck é dispensada e substituída por Paz Lenchantin (ex-A Perfect Circle e Zwan). Com a nova baixista (até então apenas como membro não-oficial contratado para shows), o Pixies anuncia mais datas para 2014 e o lançamento de mais dois EPs, que formam Indie Cindy, o primeiro disco de material inédito da banda desde Trompe Le Monde, a ser lançado em abril deste ano.


Pixies
Quando eles tocam? No domingo, dia 6 de Abril, às 17h35.
Onde? No Autódromo de Interlagos, em São Paulo (veja mapa aqui)
Quanto custa o ingresso? R$540 para os dois dias, R$290 para um dia, R$ 690 para o Lolla Lounge VIP.
Tem estacionamento? Sim - R$50.
Como chegar de transporte público? O passageiro poderá fazer integração com a Linha Amarela do Metrô (Estação Pinheiros) para a Linha 9 (Esmeralda) da CPTM para descer na Estação Autódromo (a mais próxima do festival). Depois, o passageiro deve sair da estação Autódromo, na Rua Plínio Schmidt, seguir pela esquerda até a Rua Justino Nigro, subir a via até o fim, e estará no portão K9. Para os demais portões, os pedestres deverão seguir à esquerda pela Avenida Jacinto Júlio.

LOLLAPALOOZA PERFIL - Muse

*Matéria originalmente publicada no Yahoo! OMG.


Com vinte anos de carreira e seis discos de estúdio na bagagem, o Muse é a principal atração da primeira noite do festival Lollapalooza. Esta é a quarta passagem de Matthew Bellamy (vocal, guitarra e piano), Christopher Wolstenholme (baixo, voz e teclado) e Dominic Howard (bateria e percussão) pelo Brasil, como parte da The Unsustainable Tour.

Formado em 1994 em Teignmouth, Devon (Reino Unido), o Muse teve início quando Bellamy fez um teste para guitarrista na banda de Dominic Howard e a dupla convocou Chris Wolstenholme para tocar baixo. Batizado como Rocket Baby Dolls, o trio saiu vitorioso de uma competição de bandas locais e em seguida mudou seu nome para Muse - inspirado pelo professor de arte de Matt Bellamy.

Em 1998, depois da gravação de dois EPs, o grupo atraiu atenção de uma rádio britânica e da conceituada revista de música inglesa NME. Citando como influência o disco Nevermind do Nirvana (a banda chegou a tocar versões de "School" e "Endless Nameless" em shows) e Jeff Buckley (impossível ouvir o vocal de Bellamy e não pensar em um Buckley ou Thom Yorke mais choroso), o Muse começou a fazer uma série de apresentações pelos Estados Unidos. Foi durante essas viagens que o trio assinou com a Maverick Records, a gravadora de Madonna. Por ela saiu o primeiro álbum de estúdio da banda, intitulado Showbiz, em 1999. Logo após o lançamento, o grupo saiu em turnê novamente pelos Estados Unidos, acompanhado pelo Red Hot Chili Peppers e Foo Fighters. Durante os anos de 1999 e 2000, o Muse tocou em todos os grandes festivais da Europa e Austrália.

Em Origin of Symmetry, de 2001, a banda decidiu adicionar mais instrumentos à tônica do grupo, contando com arranjos que incluíam órgão, mellotron e um novo kit de bateria. Após desentendimentos com a gravadora por conta dos vocais do novo disco - considerados cada vez mais exagerados por parte dos executivos da Maverick -, o Muse fechou um novo acordo com a Warner Records. Origin of Symmetry contém os primeiros grandes hits do Muse: "Plug In Baby", "New Born" e a versão de "Feeling Good".

Em 2003 veio o disco Absolution, produzido por Rich Costey. O álbum trouxe singles de sucesso como "Time Is Running Out" e "Hysteria", com o Muse saindo para uma turnê internacional com shows lotados em países como Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá e França.



Em julho de 2006, o Muse lançou seu quarto álbum de estúdio, intitulado Black Holes and Revelations. Catapultado pelo single "Supermassive Black Hole", o álbum ficou em primeiro lugar nas paradas no Reino Unido, parte da Europa e na Austrália. O disco também foi um sucesso nos Estados Unidos, chegando ao número 9 nas paradas da Billboard 200. Black Holes and Revelations foi nomeado para um Mercury Music Prize, mas perdeu para o Arctic Monkeys. Em 2008, ainda em turnê pelo disco, o grupo se apresentou pela primeira vez na América Latina, passando por México, Colômbia, Argentina, Chile e Brasil (com shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília).

Em setembro de 2009, veio The Resistance, com "Uprising" como primeiro single. A música de trabalho apontava que o som do Muse estava cada vez mais pop, se distanciando das guitarras pesadas e utilizando instrumentos como o keytar. A nova direção na sonoridade do grupo culminou em um prêmio Grammy de Melhor Álbum de Rock. Em 2010, a banda lançou o single de "Neutron Star Collision (Love Is Forever)", da trilha sonora oficial do terceiro filme da Saga Crepúsculo, Eclipse.

O Muse retornou ao Brasil em abril de 2011, como banda de abertura do U2 na 360° Tour, com três shows em São Paulo, no estádio do Morumbi. No ano seguinte, o grupo lançou o sexto disco, intitulado The 2nd Law. Impulsionado pela canção "Survival" - música oficial dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012 - o álbum estreou nas primeiras posições das paradas dos mais vendidos em mais de uma dúzia de países, se tornando um grande sucesso de público e crítica tanto na América do Norte como na Europa.

Em setembro de 2013, o Muse realizou sua terceira passagem pelo Brasil, marcando presença como uma das principais atrações do Rock in Rio. Atualmente, o grupo trabalha em um novo disco com data prevista para lançamento em 2015.


Muse
Quando eles tocam? No sábado, dia 5 de Abril, às 21h30.
Onde? No Autódromo de Interlagos, em São Paulo (veja mapa aqui)
Quanto custa o ingresso? R$540 para os dois dias, R$290 para um dia, R$ 690 para o Lolla Lounge VIP.
Tem estacionamento? Sim - R$50.
Como chegar de transporte público? O passageiro poderá fazer integração com a Linha Amarela do Metrô (Estação Pinheiros) para a Linha 9 (Esmeralda) da CPTM para descer na Estação Autódromo (a mais próxima do festival). Depois, o passageiro deve sair da estação Autódromo, na Rua Plínio Schmidt, seguir pela esquerda até a Rua Justino Nigro, subir a via até o fim, e estará no portão K9. Para os demais portões, os pedestres deverão seguir à esquerda pela Avenida Jacinto Júlio.

LOLLAPALOOZA PERFIL - Jake Bugg

*Matéria originalmente publicada no Yahoo! OMG.


Jake Edwin Kennedy - mais conhecido pelo nome artístico Jake Bugg - é uma das atrações do segundo dia da edição brasileira do festival Lollapalooza. O cantor e compositor inglês sobe ao palco Interlagos às 19h do domingo (6 de abril), trazendo seu som que mistura elementos de rock, folk, blues e country.

Bugg nasceu em Nottingham, em 28 de fevereiro de 1994. Filho de um enfermeiro e uma vendedora que também tinham habilidades musicais, Jake começou a tocar guitarra aos 12 anos, depois de ser apresentado ao instrumento por um tio. Mostrando um talento precoce para a música, foi matriculado em um curso de tecnologia musical na cidade de Clifton, mas aos 16 anos resolveu sair, pois segundo ele mesmo, "não é bom em teoria quando se trata de música". Após sair do colégio, continuou compondo suas próprias músicas, influenciado por Beatles, Johnny Cash, Oasis, Donovan, The Everly Brothers e Jimi Hendrix.

Com apenas 17 anos, Bugg foi escolhido pela rádio BBC para se apresentar no palco de "novos talentos" no Festival de Glastonbury, em 2011. Essa apresentação rendeu um contrato com a gravadora Mercury Records e a música "Country Song" acabou sendo usada em um comercial de cerveja.

Enquanto seu álbum de estreia não ficava pronto, Bugg lançou singles para as canções "Trouble Town", "Country Song", "Taste It", "Two Fingers" e "Lightning Bolt" - a última alcançando a 26.ª posição na a UK Singles Charts, a tabela musical do Reino Unido. Os singles chamaram a atenção do público e crítica, a ponto de "Lightning Bolt" ser uma das músicas escolhidas para ser tocada durante a cerimônia dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012.

O primeiro álbum, intitulado simplesmente Jake Bugg, foi lançado em outubro de 2012. Aclamado pela crítica, Bugg chegou a ser apelidado pela imprensa como "o novo Bob Dylan". Em uma entrevista ao jornal britânico The Daily Telegraph, Bugg respondeu à comparação dizendo "Bob Dylan é legal, você sabe, ele é ótimo, mas não é uma grande influência minha".



Exageros à parte, o disco de estreia de Bugg no mínimo superou todas as expectativas: após uma semana de seu lançamento, o registro já ocupava a primeira posição nas tabelas de álbuns do Reino Unido e da Escócia. Nos Estados Unidos, o álbum alcançou a 75.ª posição na Billboard 200, vendendo pouco mais de 6 mil cópias na primeira semana. O disco já vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo e ainda rendeu o lançamento de mais dois singles: "Seen It All" (exaustivamente tocada nas rádios rock brasileiras) e "Broken".

Em novembro de 2013 veio o segundo álbum, Shangri La - batizado pelo nome do estúdio em que o disco foi gravado. Para este registro, Bugg afirmou ter buscado uma continuação do trabalho anterior, mas incluindo influências de Neil Young e Nick Drake em algumas faixas. Entre os convidados para as gravações do disco, figuram Chad Smith (baterista do Red Hot Chili Peppers) e músicos que tocaram com Johnny Cash.

O novo trabalho trouxe os singles "What Doesn't Kill You", "Slumville Sunrise", "A Song About Love" e "Me And You". Shangri La já recebeu certificado de ouro no Reino Unido pelas vendas de mais 200 mil cópias. Jake também já anunciou o lançamento de um novo EP, chamado Messed Up Kids, marcado para maio deste ano.


Jake Bugg
Quando ele toca? No domingo, dia 6 de Abril, às 19h00.
Onde? No Autódromo de Interlagos, em São Paulo (veja mapa aqui)
Quanto custa o ingresso? R$540 para os dois dias, R$290 para um dia, R$ 690 para o Lolla Lounge VIP.
Tem estacionamento? Sim - R$50.
Como chegar de transporte público? O passageiro poderá fazer integração com a Linha Amarela do Metrô (Estação Pinheiros) para a Linha 9 (Esmeralda) da CPTM para descer na Estação Autódromo (a mais próxima do festival). Depois, o passageiro deve sair da estação Autódromo, na Rua Plínio Schmidt, seguir pela esquerda até a Rua Justino Nigro, subir a via até o fim, e estará no portão K9. Para os demais portões, os pedestres deverão seguir à esquerda pela Avenida Jacinto Júlio.