sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Especiais de fim de ano da TV que ninguém aguenta mais

Veja nossa lista de programas que podem fazer você desligar a TV em dezembro

*Texto originalmente publicado no Yahoo! TV.

Final de ano na TV é sempre igual: os artistas e as emissoras insistindo nas mesmas fórmulas e formatos para especiais de Natal e Ano Novo. Não seria exagero dizer que mal daria para perceber a diferença se as imagens de atrações de anos anteriores fossem recuperadas e transmitidas no ano presente. Por exemplo, para um especial de Natal, a receita é simples: basta pegar o Papai Noel e toda sua mitologia associada, escrever um enredo com os personagens tentando salvar o Natal e apresentar uma moral que represente o verdadeiro significado do dia 25 de dezembro. Não é tão difícil, certo?

De olho nessa e outras receitas bem óbvias relacionadas ao espírito natalino ou reveillon , fizemos um levantamento de alguns dos especiais de final de ano da televisão brasileira que ninguém aguenta mais. Veja abaixo:


Vinheta de Ano Novo - Rede Globo

No ar desde 1971

A tradicional vinheta que a Rede Globo lança todos os finais de ano com a música " Um Novo Tempo " (Hoje a festa é sua / Hoje a festa é nossa / É de quem quiser / Quem vier), composta por Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Nelson Motta para saudar a entrada do Ano Novo. Nela são reunidos parte do elenco da emissora, com os atores, jornalistas, apresentadores e também outros profissionais.

Já foi bom?

É até contraditório que uma canção que comece com as frases "Hoje é um novo dia / de um novo tempo que começou" seja repetida há mais de 40 anos pela emissora. Pelo visto, a tal 'renovação' não chegou até o departamento responsável pelas vinhetas. Até o rival SBT arriscou este ano, ao apresentar uma versão similar ao hit "Gangnam Style" e colocar a menina-fantasma da pegadinha do elevador do Programa Silvio Santos.


Roberto Carlos - Rede Globo

No ar desde 1974

Segundo o site da emissora, o especial "Roberto Carlos - Reflexões" foi gravado no Rio de Janeiro, com o intuito de fazer uma homenagem à cidade que o acolheu, combinando clássicos com músicas e arranjos atuais. O programa levará ao palco uma mistura de ritmos como samba, funk, pagode e rap na batida do DJ Memê e nas vozes de Arlindo Cruz, Seu Jorge, Michel Teló, as Empreguetes Cida (Isabelle Drummond), Rosário (Leandra Leal), Penha (Tais Araújo), além de Chayene (Cláudia Abreu) e Socorro (Titina Medeiros).

Já foi bom?

Ok, é o Rei, o artista solo com mais álbuns vendidos na história do Brasil, então se alguém um dia perguntasse se algum cantor nacional merece ter um programa na TV, Roberto Carlos poderia responder com toda razão "esse cara sou eu". Mas será mesmo que dá para fazer um especial há 38 anos sem cair na mesmice? A resposta é: não. Mesmo que o programa tente variar no repertório com convidados e apresentar composições novas como "Furdúncio", inevitavelmente o que vai ficar será o clichê romântico de canções como "Detalhes", "Como É Grande O Meu Amor Por Você" e "Jesus Cristo" - que a propósito, vem bem a calhar em um especial de Natal.


Xuxa Especial de Natal - Rede Globo

No ar desde 1996

Segundo a Globo, o TV Xuxa especial de Natal trará as mensagens de amor e esperança dos padres Marcelo e Fábio de Mello. No palco, o grupo Roupa Nova anima a festa enquanto, no telão, artistas dedicam suas mensagens de Natal ao público do programa.

Já foi bom?

Se você já foi criança, sim. Mas os meninos e meninas de hoje em dia certamente não têm o mesmo interesse na Rainha dos Baixinhos - grande parte porque a TV rivaliza com a internet pela atenção da criançada. E outra: o Roupa Nova não é exatamente um grupo com grande apelo para espectadores com menos de 30 anos.


A Praça é Nossa - SBT

No ar desde 1987

O programa faz parte da grade de programas do SBT desde meados dos anos 80, mas estreou na televisão em 1957 no canal TV Paulista sob o nome A Praça da Alegria. Nas décadas seguintes passou pela TV Record e TV Rio, Rede Globo e Rede Bandeirantes. Em clima natalino, o canal exibe o especial de Natal na quinta-feira, 20 de dezembro. Com o humor e irreverência característicos, os personagens do programa fazem esquetes e brincadeiras que fazem alusão ao clima festivo de fim de ano.

Já foi bom?

A Praça já revelou humoristas como Ronald Golias, Maria Tereza e o ator Jorge Lafond, que eternizou a personagem Vera Verão. Outros nomes ilustres ainda continuam no programa, como Moacyr Franco, Canarinho, Carlos Koppa e Jorge Loredo. Mas sua fórmula já está gasta há tempos e seu humor simples já virou motivo de chacota. Não estranhe se você contar alguma piada ruim e ouvir na sequência a música tema ("a mesma praça / o mesmo banco...").


Corrida de São Silvestre - Rede Globo

Realizada desde 1925

OK, não é um programa de TV com enredo natalino, mas a transmissão da prova pela Rede Globo já está enraizada na programação de véspera de Ano Novo. É a mais famosa corrida de rua no Brasil, realizada em São Paulo sempre em 31 de dezembro, dia de São Silvestre (data de morte do Papa da Igreja Católica). Ao contrário de outros eventos desportivos tão ou mais antigos, a Corrida de São Silvestre nunca deixou de ser realizada, nem mesmo durante a Segunda Guerra Mundial. Ela somente foi liberada a participação de estrangeiros em 1945, mas apenas para corredores convidados de países da América do Sul. Por conta do sucesso, os organizadores liberaram a participação de corredores de todo o mundo a partir de 1947.

Já foi bom?

Se você realmente gosta de acompanhar esportes pela TV, sempre será. Mas se você pretende assistir a 88° edição da corrida somente para torcer pelo Brasil, pode não ser um programa muito interessante. Desde que o queniano Simon Chemwoyo ganhou sua primeira São Silvestre em 1992 e repetiu a façanha em 1993, a prova ficou bem previsível, com corredores do continente africano apontados como favoritos. Só Paul Tergat (também queniano) levou o título mais cinco vezes (em 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000), dando poucas chances de vitória para outras nações. Atualmente, o Quênia é o país que conta com maior número de vitórias desde 1945 - 12 campeões contra 11 do Brasil, 6 da Colômbia e 5 da Bélgica.


Show da Virada - Rede Globo

Realizado desde 1998

O Show da Virada é a festa de final de ano promovida pela Globo para ser exibida no dia 31 de dezembro, enquanto acontece a virada para o Ano Novo. Gravado no dia 27 de novembro, no Credicard Hall (São Paulo), o programa pretende dar as boas-vindas ao ano que chega prestando um tributo ao Rio de Janeiro, à festa e à diversão com shows de Claudia Leitte, Zezé di Camargo & Luciano, Skank, Paula Fernandes, Gusttavo Lima, Jorge & Matheus, Leonardo, Belo, Aviões do Forró, Sorriso Maroto, Thiaguinho, Latino, Péricles, Banda Eva, Chiclete Com Banana, Zeca Pagodinho, Raça Negra, MC Coringa, entre outros.

Já foi bom?

Se considerarmos que o Show da Virada entrou no lugar do já mala Reveillon do Faustão (1991-1997), sim. Mas será que alguém realmente faz questão de ver um programa que simula ser ao vivo (porém gravado com um mês de antecedência), com shows de artistas cantando (em playback, claro) os mesmos sucessos que você já ouviu tantas vezes no rádio ao longo do ano? Com certeza é melhor encontrar os amigos e a família pra ver os fogos longe da TV.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Por onde andam as bandas de Seattle?

Vinte anos depois do lançamento de 'Incesticide' pelo Nirvana, o que fazem os principais nomes da cena grunge?

*Texto originalmente publicado no Yahoo! OMG!.


No dia 14 de dezembro, o disco Incesticide do Nirvana completa 20 anos de lançamento. Mais do que um simples disco de b-sides e sobras de estúdio providenciado pela gravadora para prolongar a explosão do clássico Nevermind, Incesticide mostra a faceta mais eclética do compositor Kurt Cobain. Canções tradicionais do Nirvana como "Dive" e "Aneurysm" são misturadas a covers de new wave ("Turnaround", do Devo), versões de Vaselines - uma das bandas preferidas de Cobain - ("Son of a Gun" e "Molly's Lips"), explosão punk ("Downer") e referências a bandas clássicas ("Aero Zeppelin" traz no título uma óbvia referência a Aerosmith e Led Zeppelin), Incesticide também serve como uma pequena árvore genealógica do Nirvana, trazendo integrantes de outras bandas ligadas à cena grunge: Dale Crover (baterista do Melvins) e Dan Peters (baterista do Mudhoney).

Considerado por muitos a última cena roqueira realmente relevante, o grunge de Seattle tomou de assalto as paradas de sucesso do início dos anos 90 e revelou bandas como Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, Soundgarden e grupos de outras cidades que também combinavam o peso do heavy metal com a agressividade e a angústia do punk rock. Assim como a explosão punk no fim dos anos 70, muitas daquelas bandas levaram a cartilha "sexo drogas & rock n roll" até as últimas consequências e poucas alcançaram longevidade para chegar à década seguinte.

Aproveitando isso tudo, vamos dar uma olhada no que aconteceu com o Nirvana e outras bandas contemporâneas da cena grunge que, de alguma forma, conquistaram seu espaço na cultura pop.

Nirvana

A música que ficou na história foi... Smells Like Teen Spirit

Legado: o sucesso do Nirvana mudou o status do rock alternativo na indústria da música e Kurt Cobain é considerado o ícone cultural da chamada "Geração X", embora ele mesmo tenha negado isso. O impacto cultural do Nirvana na indústria da música foi tão grande que se estendeu até mesmo até a artistas underground que eram desconhecidos e alcançaram maior notoriedade porque eram citados pelo grupo em entrevistas; Pixies, Daniel Johnston e Meat Puppets são alguns exemplos.

O que fazem seus principais integrantes?
Após o suicídio do vocalista Kurt Cobain em abril de 1994, o então baterista Dave Grohl seguiu na carreira musical e hoje é o líder do Foo Fighters, também acumulando participações especiais em bandas como Queens of the Stone Age e Them Crooked Vultures. O baixista Krist Novoselic passou pelas bandas Sweet 75, Eyes Adrift, Flipper e dedicou-se a ações sociais, como a JAMPAC (Joint Artists and Musicians Political Action Committee) e a ONG eleitoral Fairvote.

Pearl Jam

A música que ficou na história foi... Alive

Legado: o Pearl Jam é uma das poucas bandas bem-sucedidas de Seattle na ativa desde que o auge de sua popularidade. Além de sua importância musical para a década de 90, o Pearl Jam chamou atenção por ser uma banda engajada, realizando vários concertos beneficentes em prol de instituições de caridade, apresentando letras recheadas de questões sociais e críticas políticas em entrevistas e shows.

O que fazem seus principais integrantes?
Mesmo o Pearl Jam sendo a prioridade, seus integrantes encontraram tempo para participar de bandas paralelas, como o Temple of the Dog - projeto que unificou o parte do grupo com o membros do Soundgarden para prestar uma homenagem ao cantor Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone, espécie de 'ancestral' do Pearl Jam. O guitarrista Mike McCready também formou em 1995 o Mad Season, ao lado de Layne Staley (Alice in Chains), Barrett Martin (Screaming Trees) e o baixista John Baker Saunders. Em 2007, o vocalista Eddie Vedder contribuiu com várias canções para a trilha sonora do filme Na Natureza Selvagem. O projeto acabou alavancando Vedder um segundo disco solo entitulado Ukulele Songs, lançado em 2011.

Alice in Chains

A música que ficou na história foi... Man in the Box

Legado: a parceria entre o vocalista Layne Staley e o guitarrista Jerry Cantrell renderam as músicas mais sombrias que definiam o caráter da cena grunge: riffs de metal com letras depressivas que abordavam conflitos existenciais e experiências com drogas pesadas. A obra-prima do grupo é o disco Dirt, de 1992, e a apresentação acústica para a MTV lançada em 1996 é a prova de que as composições de Staley e Cantrell funcionavam até mesmo sem as guitarras distorcidas tradicionais de seu som.

O que fazem seus principais integrantes?
Cansado dos hiatos provenientes dos problemas com drogas de Staley, Cantrell lançou seu primeiro disco solo (Boggy Depot) em 1998. Com a morte de Staley por overdose em 2002, a banda se desfez oficialmente e Cantrell lançou meses depois o disco Degradation Trip. O baterista Sean Kinney e o baixista Mike Inez formaram o projeto Spys4Darwin com membros da banda Queensrÿche e Sponge, mas o grupo lançou apenas o EP Microfish. Em 2005, o Alice in Chains voltou aos palcos para uma série de shows beneficentes, com William DuVall assumindo o posto de guitarrista e vocalista. Depois de lançar o álbum Black Gives Way To Blue em 2009 e passar pelo Brasil em 2011 no festival SWU, a banda está preparando um novo disco para 2013.

Soundgarden

A música que ficou na história foi... Black Hole Sun

Legado: o Soundgarden foi a banda que melhor definia a mistura entre punk e metal que caracterizava a cena de Seattle. Mesmo eclipsado pelo sucesso de Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam, o disco Badmotorfinger trazia clássicos como "Outshined", "Rusty Cage" e "Jesus Christ Pose". Mas foi somente em 1994, com Superunknown, que o Soundgarden estourou para o grande público, através de canções como "Black Hole Sun", "Spoonman", "My Wave" e "Fell On Black Days".

O que fazem seus principais integrantes?
Depois que a banda anunciou seu fim em 1997, Chris Cornell dedicou-se inteiramente à sua carreira como artista solo (chegando a gravar a música-tema de Cassino Royale, filme da franquia 007) e também participou de outro grupo bem-sucedido: o Audioslave, juntamente com ex-integrantes do Rage Against The Machine. Em 2010, o Soundgarden anunciou seu retorno aos palcos e lançou em novembro deste ano King Animal, o primeiro disco do grupo depois de 15 anos. Neste meio-tempo, o baterista Matt Cameron virou baterista do Pearl Jam e vem dividindo seu tempo entre as duas bandas.

L7

A música que ficou na história foi... Pretend We're Dead

Legado: apesar de surgir em Los Angeles em 1985, o L7 foi o representante feminino mais forte do grunge no mainstream. O disco Bricks Are Heavy trouxe o hit "Pretend We're Dead" e outros clássicos, como "Monster" e "Everglade". Apesar de não ser muito grande nos Estados Unidos, o grupo veio ao Brasil em 1993 e saiu como uma das atrações mais comentadas do festival Hollywood Rock - em parte porque a baixista Jennifer Finch abaixou as calças no fim da apresentação. O L7 também formou uma organização pró-aborto chamada Rock for Choice, que contou com o apoio de bandas como Rage Against The Machine e Nirvana.

O que fazem seus principais integrantes?
Depois de sair do L7 em 1996, Jennifer Finch passou por grupos como Other Star People e The Shocker e atualmente trabalha com design gráfico em Los Angeles. A guitarrista Donita Sparks atualmente está em carreira solo com sua banda Donita Sparks and The Stellar Moments, que também conta com Dee Plakas, baterista do L7. Fato curioso: Dee Plakas é casada com o músico Kirk Canning, que gravou as partes de violoncelo em Nevermind do Nirvana.

Screaming Trees

A música que ficou na história foi... Nearly Lost You

Legado: o Screaming Trees promovia uma mistura de psicodelia dos anos 60 com o rock agressivo da costa oeste dos Estados Unidos que era sempre elogiada pelos críticos, mas jamais alcançou o mesmo status de outras bandas da cena grunge. Porém, "Nearly Lost You" foi incluída na trilha sonora do filme Singles - Vida de Solteiro, virou hit e alavancou as vendas do disco Sweet Oblivion, em 1992. Mas passando por várias tensões internas e problemas com drogas e álcool, a banda só foi lançar um novo disco (Dust) em 1996, quando o grunge já agonizava nas paradas.

O que fazem seus principais integrantes?
Com o fim da banda em 2000, o vocalista Mark Lanegan dedicou-se integralmente à sua carreira solo, que já contava com quatro discos lançados. Lanegan também gravou parcerias com nomes como Mad Season, Queens of the Stone Age e Isobel Campbell. O guitarrista Gary Lee Conner montou as bandas The Purple Outside e Microdot Gnome. O baixista Van Conner participou dos grupos Gardener e VALIS. O baterista Barrett Martin virou músico contratado para turnês de vários artistas, fazendo participações especiais em discos de Stone Temple Pilots, REM, Queens of the Stone Age, entre outros. Fato curioso: Martin também contribuiu tocando bateria em dois álbuns do ex-titã Nando Reis (Para Quando O Arco Irís Encontrar O Pote de Ouro e A Letra A).

Stone Temple Pilots

A música que ficou na história foi... Plush

Legado: apesar de não ser de Seattle, o Stone Temple Pilots saiu de San Diego para a fama com o álbum Core, que continha várias características semelhantes ao grunge - fato que causou várias comparações com o Pearl Jam. Nos discos seguintes, o grupo adicionou mais elementos que os diferenciaram das outras bandas - incluindo um visual quase glam rock que destoava totalmente do despojamento de Seattle.

O que fazem seus principais integrantes?
Depois de várias prisões decorrentes por posse de drogas do vocalista Scott Weiland, o STP entrou em hiato em 1996. Neste período, Weiland lançou seu primeiro álbum solo (12 Bar Blues) e os outros integrantes formaram uma nova banda, o Talk Show. Em 1998 o STP voltou à ativa, lançou dois discos e chegou ao fim em 2003, quando Weiland virou vocalista do Velvet Revolver. Algum tempo depois, o STP retornou mais uma vez e lançou um disco homônimo em 2010.

Mudhoney


A música que ficou na história foi... Suck You Dry

Legado: talvez a banda mais influente e injustiçada da cena de Seattle, o Mudhoney nunca alcançou o mesmo tipo de sucesso que seus contemporâneos. Seu EP Superfuzz Bigmuff, lançado em 1988, adiantou o som que caracterizou a tônica das canções do Nirvana (guitarras sujas, versos lentos e refrãos explosivos). Mas o grupo nunca teve a sorte de lançar um disco totalmente coeso para os padrões do mainstream: Piece of Cake, lançado no auge da era grunge, trouxe os singles "Suck You Dry" e "Blinding Sun" que gozaram de alguma notoriedade, mas o álbum também trazia vinhetas satíricas que o impedia de ser levado muito a sério pelos críticos.

O que fazem seus principais integrantes?
Atualmente formada por Mark Arm (vocais, guitarra), Steve Turner (guitarra), Dan Peters (bateria) e Guy Maddison (baixo), a banda segue na ativa, com oito discos no currículo (sendo o último The Lucky Ones, de 2008) e trabalha em um novo álbum. Fato curioso: Mark Arm hoje em dia trabalha como gerente do depósito de discos da Sub Pop, célebre gravadora de Seattle, responsável pelo lançamento de discos seminais para a cena grunge. Matt Lukin (baixista original do Mudhoney) abandonou a carreira musical em 2001 e virou carpinteiro em Seattle.

Hole


A música que ficou na história foi... Celebrity Skin

Legado: formado em Los Angeles em 1989, o Hole no início era facilmente reconhecido como "a banda da esposa de Kurt Cobain". Mas com o disco Live Through This, lançado semanas após a morte do líder do Nirvana, a banda conquistou público e crítica. Capitaneado pela polêmica Courtney Love, a banda ainda aumentou sua legião de fãs com o disco Celebrity Skin, lançado em 1998.

O que fazem seus principais integrantes?
Com a separação do Hole em 2002, Courtney Love investiu em uma carreira solo que não deu muito certo, permeada por escândalos envolvendo drogas, casos amorosos e brigas judiciais com os ex-membros do Nirvana e também com sua própria filha, Frances Bean Cobain. Em 2010, Love resolveu reativar o Hole sozinha e lançou o disco Nobody's Daughter - com direito a uma breve passagem no Brasil durante o festival SWU. Excluído da reunião do grupo, o guitarrista Eric Erlandson lançou este ano o livro Letters to Kurt, com textos em prosa endereçados a Cobain.

Melvins

A música que ficou na história foi... Nenhuma!

Legado: o Melvins é constantemente apontado como o padrinho do grunge, por influenciar a cena de Seattle com suas composições lentas e distorcidas inspiradas por bandas punks como Black Flag e The Wipers. Kurt Cobain, amigo e fã de carteirinha, resolveu dar uma mãozinha e conseguiu que o Melvins fosse contratado pela gravadora Atlantic. Porém, a banda não mirava os holofotes do mainstream e nunca teve um hit - o que não impediu que conquistassem um forte status cult entre os fãs de som pesado.

O que fazem seus principais integrantes?
O Melvins ainda está na ativa, com cerca de 19 discos e vários EPs nas costas. Este ano, o grupo completou uma ambiciosa turnê com shows marcados em todos os estados dos EUA em apenas 51 dias. O Melvins mantém atualmente duas formações: um quarteto com dois bateristas e o Melvins Lite, um trio simples. As duas versões contam com o baterista Dale Crover (que já tocou em várias gravações do Nirvana) e o guitarrista e vocalista Buzz Osbourne, um dos primeiros ídolos punk de Cobain.